de

Data 23/04/2010 20:56:16 | Tópico: Textos

acreditar que à noite também se perdoa.




queria perdoar-te este estado de sítio, pragmático- ideológico, de não ter um lugar onde estacionar as emoções. quando se escreve com os dentes o coração também voa, despede-se dos subúrbios da loucura onde o corpo resvala. como se pede um beijo ao rosto que não tem boca ou se inventa um futuro nos olhos em branco. esta noite em claro. ficar, com os dias parados no cérebro, a contar momentos na periferia da memória. queria perdoar-te a prematura morte do afecto, sair deste estado de sítio onde me deixaste, quieto na emergência. é urgente desapertar o coração do peito, vê-lo voar contigo, fugir de ti, ficar de longe. é urgente informar o corpo que a morte anda perto, gritar ao nome que o amor foi para longe.







Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=129695