
Excitofrênico
Data 29/04/2010 20:36:38 | Tópico: Poemas
| Vai manda pra dentro Nem sabe o que é Mas vai que vai!
Deus deu a mão Ela quis o braço todo Vai vai enfia o silicone E depois não pode mais abraçar forte!
Açúcar engorda Mete adoçante então A gripe é pandêmica Mete a agulha na veia!
Me salvem Socorro bradam Berram ajuda ajuda!
Não sabemos mais pensar Temos as vistas turvas A fala arrastada Temos o raciocínio lento Mas por que Ó senhor por que Se tudo ao redor é tão rápido?
O que sei da vida Que me contam pela telinha Parece incompleto Mas menos completo sou eu Ai grande menu de carnificina Odeio mais ao assassino ou ao corrupto? Desprezo mais à china ou à somália? Ai dor da partipulação O busão travado no trânsito Passeia por mil locais que desconheço Desconheço meus vizinhos Nos meus sonhos sou sempre outro Chamo a amada pelo nome errado.
O nobel da paz É a isca perfeita Politicamente correta Samba no anzol múltiplo Apoiando a dor nuclear Defende sereno a destruição.
Ah santa mãe de todos os santos Ajudai-me! Dai-me alguma razão Dai-me cinco minutos Ai cinco benditos minutos Pra que eu possa respirar Pra que eu possa olhar pros pássaros Sentir o vento! Pra que possa me acalmar Olhar um instante pros meus filhos Fazer um afago à minha esposa.
A vida não passa rápido Somos nós que aceleramos Pisamos fundo sem chorar E quando surge o denso muro Não há nada a contemplar Choco-me com a mentira perfeita Heptaplégico suspiro então A perda de todo sentido.
Quisera a alegria mais banal De poder ver minhas próprias mãos Quisera o sonho virginal De correr descalço rolar na grama Quisera um tempo anormal Em que tudo fosse natural.
Mas não há tempo Não há paciência Vou de drive-thru Que depois arde o cu Se eu fosse macho Espancava alguém Incendiava um mindingo Dilacerava um velho índio Se eu fosse gente Metia mão naquela boceta Quebrava o queixo do patrão Machadada à testa da dondoca!
Ah se eu fosse melhor Se eu soubesse beber água Se eu soubesse cavar buracos no chão Se eu soubesse tirar do frio da terra O mamoeiro o abacateiro da ponderação Mas quem precisa de harmonia Pros infernos com o silêncio Quero palavrões em todas expressões Preciso do gesto abrupto que aprisiona Que atrás de grades é que sou eu Estável protegido do mundo lá fora.
Ah tenebroso mundo lá fora! Há estradas eles dizem Mas eu não creio Nunca vi Há gente boa lá fora Eu não creio Nunca senti Há perfeição lá fora Nem a pau Nem lá fora nem aqui dentro!
Mas há um futuro Bom futuro que me aguarda Quando o mundo tiver menos gente Quando os terremotos e dsts vencerem Lá estarei eu firme e forte Vestindo a máscara da bondade Conformado orando por sobreviver Uns têm medo de não viver Uns temem o mundo não ver Mas eu O que eu temo É a consciência É a verdade óbvia Que não sei Não quero saber E tenho raiva de quem sabe!
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