| |  
 
 eu sei que virásData 29/04/2010 20:46:50 | Tópico: Poemas
 
 |  | A chuva soa na pedra,
 bruta, disforme, irregular,
 uivam ao longe anunciando a lua
 que se instala entre as nuvens
 fugazes tocadas a vento,
 vergam os pinheiros em baile acertado,
 ora para um lado,
 ora para outro
 ao compasso das bátegas
 que lhes afiam a caruma
 que não resiste e se roja no chão
 atapetado a urze e erva-formigueira.
 Levanta-se no ar o cheiro das mimosas
 fustigadas pela monção da natureza em fúria,
 regatos galgam margens acariciando o húmus
 que os bordeja na ânsia de saciar
 dura jornada invernosa.
 Tudo se encaminha no rumo certo
 pese a violência aparente
 de um céu que se carrega de negro
 rasgando na noite desenhos efémeros,
 garatujos do som que se adivinha
 e não tarda, calando por instantes todos os outros.
 
 Surgirá o sol curador,
 virás ter comigo
 e na tua temperança
 dir-me-ás que a tempestade passou,
 que o sol como o teu sorriso
 é a luz em tardes quentes.
 A tua íris, estrela d’alva,
 Tua pele meu aconchego.
 Tua boca ribeiro manso.
 
 
 
 | 
 |