EU NÃO VENHO

Data 30/04/2010 21:23:05 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Na avenida onde caminho deve de estar em obras
Passo para lá todos os dias, e não vejo ninguém
Os lugares para estacionar são tantos que sobra
Mas ninguém por lá passa, estranho esse desdém.

Preferem passar pela ruela que está ali ao lado
Encontram amigos, trocam dois dedos de conversa
Para estacionar não há lugar tudo está desarrumado
Há de todas as marcas, de as cores as mais diversas

Por onde passo o espaço é livre pode-se estacionar
Mas é engraçado, ou não, não encontro lá amigos
Não devo de cheirar mal tenho duche para me lavar
Não tenho mau hálito lavo os dentes mesmo antigos.

Mas cada um é livre passa por onde quer, é liberdade
Mas que ninguém me diga bom dia também é estranho
Arrumei as memórias, vou arrumar as botas sem saudade
Pedir para passarem na avenida, não, eu não venho.


A. DA FONSECA





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=130722