de

Data 01/05/2010 17:17:15 | Tópico: Textos










duvido que te chames ocaso embora assim gostasse que fosse, e nesta dúvida reside a clarificação de qualquer coisa impune, como o amor. na superficialidade de que és feito dou pinceladas às cegas, tento a minha sorte, que de tão tentada já não vai a lado nenhum, estagnou. o coração é um membro gasto, que bate automaticamente, mecanicamente bombeia sangue para todo o corpo e, se não fosse este gesto repetido, diria que é um membro morto, morto de frio ou calor, morto de morte ou de vida e é, nestas pequenas contradições, que se começa a chorar. é o não saber, é o não estar onde, o fechar os olhos e arrastar o corpo para longe, o degular de ideias vazias e esperar que reproduzam efeito nos confins da alma. estamos todos incrivelmente mortos e nem sabemos, e gostamos de não saber, de habitar a ignorância de quem nunca recebeu afecto. somos feridos e ferimos de dentro para fora.








Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=130832