AFUNDADO NO VAZIO DA TUA AUSÊNCIA

Data 01/05/2010 22:06:16 | Tópico: Poemas

Talvez escutes um rumor dolente de sinos
na imensidão triste das noites de invernia,
quando o vento soprar meus lamentos
de encontro às muralhas da tua indiferença.
Julgarás talvez, nessa insensível frieza,
que este cântico longínquo e persistente
seja apenas o rebentar compulsivo da ondulação
de encontro à madeira encharcada do teu cais,
e fecharás todas as janelas dos sentidos,
sem nunca chegar sequer a suspeitar
que este marulhar que se arrasta na noite,
pressionado pelas braçadas da tormenta,
é o gemer desesperado do meu coração
ao ver-se a afundar nas cavernas da tua ausência,
entre sargaços e restos de embarcações.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=130880