
POEMA PERDIDO NA CHUVA PARA A MINHA MÃE, NO CÉU
Data 03/05/2010 03:12:38 | Tópico: Poemas
| perdoa-me sabes como sou covarde e não vou a cemitérios perdoa-me perdoa-me desta fraqueza de homem já velho que olha numa moldura na sala o menino que fui querendo sempre o teu colo hoje teu nome não é ausência é lembrança o teu menino está mais triste com os olhos voltados para o mar como a tela que um dia mandaste pintar (lembras-te?) nossa casa pertinho do parque não existe mais a rua mudou ou morreu (quem sabe?) e o pai com o olhar tão severo mas bom também hoje é memória meus cabelos na frente rarearam a barba que deixei crescer e que não gostavas está branca ainda abuso demais da bebida e do cigarro - fragilidades de homem não contam - no teu dia mãe therezinha peço-te que me desculpes pelos poemas sem jeito apinhados de palavrões que escrevi pela minha descompostura com as visitas na sala e pela minha falta de deus peço-te que ignores as mulheres todas que amei e jurei sem cumprir amor eterno hoje que o teu nome é lembrança eu queria ir às nuvens e colher o impossível um pouco do teu ombro do teu mimo mas vou ficando por aqui sonhando o impossível te amo
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júlio
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