Pobre poeta, que remói dores crónicas em indigestões de revoltas e esquarteja, cego, pobres moinhos de vento de alucinações próprias! Usa armas inocentes, letras dementes, refaz os sentimentos, faz ressentimentos, desfaz as cores da poesia em lavra de cobardia! Cuidado! Anda um triste poeta à solta, que apaga os trilhos que grava, que trai os brilhos da lavra que, em talentos, vingou. De si mesmo delator, em cega absolvição, ensaia segar os brilhos das palavras que amou, e finge ingénuos silêncios no papel que adulterou! Anda um triste poeta à solta que ceifa em seara alheia, malha em indefensa eira, mas esquece que a joeira é filtro de redenção e que o amargo dos azeites, vem sempre à tona da água... mas afunda-se na razão!