EM MEIO AOS LOBOS

Data 07/05/2010 07:12:22 | Tópico: Crónicas

<p style="text-align: left;"><img src="http://api.ning.com/files/wRLmMvdEek-ofFPWbBy3T*Zp3343I5AG9ibVsLBl5VvjFcTF50CADCGAcQrOnEnUCcrDjQqMbxOyGosOPm4uUURZPFVkFIOw/EDB4OLOBO.jpg?width=721" alt=""/></p>
Após estacionar o carro em minha garagem, caminhei rumo ao espaço que tenho por meu.
Logo ao entrar ouvi o toque do telefone, uma ‘amiga’ - <i>daquelas que fala até descarregar a pilha</i> - insistia em alongar-se em uma conversa sem sentido. Permaneci muda. Só ouvindo, sequer, concordando ou discordando, tamanho o meu cansaço!

Comumente, não faz parte de o meu caráter ir de encontro a opiniões alheias. Há os que discutem, teimam e se agridem, tentando impor a outrens, suas ideias, convicções, quer religiosas, políticas, e/ou sobre áreas diversas. Detesto teimosia, imposições. Não costumo insistir em fazer-me ouvir e prevalecer à força. Duelar verbalmente ou através de escritos, não faz meu gênero, simplesmente por eu crer, que nada tenho para provar, competir. Sou o que sou; creio no que creio; meu caráter está formado, caminho em busca de aprimorá-lo. E, tudo quanto, ainda possa ser-lhe acrescido , tem que ter coerência com às minhas convicções atuais. Não sou como às ondas do mar - <i>que vão e voltam</i> - , mas, como o trigo em meio ao joio: durante as fortes ventanias, o trigo se dobra e vai ao chão, ao passo que, o joio fica ereto, se sobressai, não em <i>altivez real</i>, mas, em prepotência, arrogância, posicionamento peculiar aos loucos.
Às minhas convicções, são minhas. Costumo respeitar, mesmo não aceitando às do próximo. Se me questionam sobre o que creio, respondo, porém, jamais desejo ir de encontro, alongando-me em controvérsias.

A minha ‘amiga’ percebendo o meu silêncio, perguntou-me:
– Estás aí?
– Sim! Estou...
– Estás sentindo alguma coisa?
– Sim! Cansaço..Muito cansaço...!

Ora, cheguei a casa após um cansativo dia de trabalho: corpo exausto, alma exaurida, mente cansada. Quanta coisa vemos e passamos nessa vida! Um banho e, sorver do silêncio, um som baixinho, ambiente..era tudo quanto eu desejava. Queria deitar, uma massagem, relaxar; queria mãos que percorressem o meu corpo, para me aliviar da exaustão, e, olhos que me vissem com os olhos d’alma; que sentissem prazer em refrigerar-me o corpo, sem que ascendesse o apetite da carne; mãos que não me trabalhassem.., como faz o ‘bom cozinheiro’ preparando minuciosamente o prato, prestes a ser devorado.. Mas, que desejassem o meu bem-estar o meu descanso, a calma da minh’alma.

– Onde estavas? Aonde fostes?
– Passei o dia em meio aos lobos; em meio a hipocrisia; aos risos entre
dentes; às mãos que, alisavam os ombros, quando em verdade, desejava encravar-lhes as unhas; aos grunhidos d’alma; aos abraços - tais quais, exaustores -, desejosos de sugar a alma dos abraçados; aos faladores, fofoqueiros; aos que costumam colocar palavras nas nossas bocas...
– Deus! Onde você estava mulher? No inferno?
– Não! Os de lá.. me são submissos!Eu estava onde muitos O louvam, porém, Ele está bem longe dos seus corações.. SOU PASTORA!


EstherRogessi,Crônica: Em Meio aos Lobos!Categoria: Narrativa.06/05/10
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