
À DERIVA
Data 07/05/2010 12:04:14 | Tópico: Poemas -> Saudade
| À DERIVA Paulo Gondim 06/05/2010
O que sou eu sem ti, senão um vulto Que surge e desaparece na escuridão Como linha torta, na paisagem morta No oscilar do pensamento Um fio de vida, perdido na solidão
E finges que me ignoras E, como espectro de mim, espero Vagando pelas sombras Escondido nas noites Sem o que mais quero
E teu silêncio continua como pesadelo Fere minha alma como invasor Me desaloja de meu sonho torto Dele me expulsa e me põe à deriva Como barco que não chega ao porto
E no meu vagar, a dor não é menor Da saudade fria, da realidade crua Sinto teu sangue em minhas veias A correr, dilacerando a carne No sangrar que em mim se perpetua
E por mais voltas que eu der, faço-me inerte Não há, para mim, lugar seguro sem ti Por isso, fico imóvel, calado, parado Conto nuvens, estrelas, constelações Tua ausência é como flecha Lançada em nossos corações
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