Um rosto anónimo

Data 07/05/2010 20:53:04 | Tópico: Poemas -> Desilusão

UM ROSTO ANÓNIMO

Meu rosto, anónimo me parece.
Difícil é encará-lo de frente
Mesmo que estenda as mãos
suplicantes em prece,
meu Sol, baixa para poente.
Ainda que desespere
Traga o meu peito em luta
Meu rosto é que mais me fere
Não o quero ver, cega quero ficar,
meu coração já não me escuta,
mas não quero viver, prefiro recusar.

Uma saudade imensa me sobe ao peito
Nem sei se hei-de rir ou se chorar
Meu Deus!? Porque me fizéste deste jeito?
Se adormeço para quê acordar?

Vou consumindo inquietações
Já o tempo me vai apertando
Quero esquecer as razões
Os dias passam iguais, vão passando.
Trago na boca sempre a mesma pergunta afogada
Porquê tendo tudo não tenho nada!?
Olho o espelho e não sou eu
Sou a menina que não cresceu
Mas esta viagem está no fim!?
E ainda nem sei ao que vim.



Podem todos rir de mim
Ainda não sei ao que vim.

rosafogo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=131689