OPINIÕES

Data 14/05/2010 21:18:48 | Tópico: Crónicas

Há tempos abordava com um amigo uma temática que sempre me apaixona, apesar de não estar nem nas minhas mãos nem nas dele a resposta cabal e definitiva para o imbróglio. Quando duas pessoas mais ou menos civilizadas ousam entrar na eterna questão da «existência de Deus» terminam numa atitude cordial de mutua cedência. Nenhum foi capaz de uma demonstração inequívoca.
Nessa abordagem um dos meus argumentos era o da beleza (concretamente a beleza da criatura humana). Foi-me contra-argumentado que esse conceito era produto de gerações intermináveis a fazerem determinado tipo de leitura da beleza em geral e consequentemente daquela que emoldura o ser humano.

Hoje senti-me desafiado a debruçar-me sobre esse tipo de beleza. Naturalmente que a minha atenção recaiu sobre a mulher, acho que muito mais bonita do que o homem. Este menos delicado de traços, mais rude nas curvas fisionómicas, menos melódico na voz, enfim.
Com muita ou pouca lógica, algumas belas mulheres que entretanto foram passando confirmaram aquilo que era o meu sentir de sempre. É que nesta observação não fiquei pela mera beleza exterior, mas atentei naquele sector do corpo humano que o encima emoldurado por farta cabeleira que o adornava.
Então os meus olhos impregnaram-se de uma energia que senti estranha, por entrarem no mundo fantástico que habita o invólucro craniano daquelas criaturas. Aí sim, senti fantástico, o inacessível, li na inteligência, na sensibilidade, no mundo misterioso das emoções. Simbiose perfeita a da beleza física com o inacessível do pensamento. Enfim. Deus poderá não existir, mas hoje eu vi Deus.

Antonius



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