
MÃOS VAZIAS
Data 14/05/2010 22:30:45 | Tópico: Poemas
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MÃOS VAZIAS
Podes vir amanhã, enredar-te na poeira ausente Convencer-me em lençóis de linho, tecidos no tempo Rasgar as defesas do deleito carente E revirar-me os vícios de ser contravento.
Virás rompante, expelindo encantos de medeias Em marés rasas, marés altas, marés cheias...
Fomos castelos assombrados pela glória Entre muralhas de triunfos medievais Ninguém sonhava, o rumo incerto desta história Que sucumbiu inerte, às negras garras dos chacais.
Tão longe sinto esta distância e o sentido Que sussurravas a gemer ao meu ouvido.
Em ti nasciam dourados, repletos, reais Coisas da vida, nem quero lembrar Os sóis do teu rosto, teus olhos cristais Foram vagas densas no meu naufragar.
Já feneceu em mim a esperança fulgente E o sussurro dos teus lábios no meu ventre.
Podes vir, Nas fraquezas, trancas pus, sou precavido Lancei as chaves, no rumo incerto do mar Rasguei as folhas do suspiro descabido Cegando as mãos, que ainda buscam teu valsar!
Não vislumbres em mim qualquer tição Incendiando, meus castelos de areia Não terei nos lábios rubros o perdão Que procuras nesse olhar de galileia.
Podes vir trazendo maresias No búzio do tempo Nas tardes dos dias É meu juramento Dar-te as mãos vazias...
Regensburg 15-05-2010 Beija-flor
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