Praça

Data 16/05/2010 01:02:25 | Tópico: Mensagens

Não sinto minhas mãos…
Mas isso não é nada.
É apenas um reflexo do meu coração parado, suspenso.
Às vezes sinto um vazio...
Parecido com paz... mas inquietante.
Tento fingir que ela não está ali, disfarçada no meu coração morto, sangrando.
Finjo para que ela não me deixe.
Essa paz dolorosa que me concede alguns minutos fora de mim.
Tem tantas coisas na minha mente.
Tantas perguntas que não têm respostas.
Tantas vontades suas se sobrepondo a nós, a nossa felicidade.
Pergunto-me quem é você.
Esse estranho que dorme ao meu lado, que tem seus segredos que satisfazem seu ego.
Pergunto-me quem sou eu.
Esse amontoado de dores, de mágoas, de dissabores.
São tantas as dores...
Por um mundo imaginário que foi despedaçado.
Escrevo melhor quando você me fere o peito.
Talvez por que as lágrimas dificultem a fala.
Quero aprender outra forma de escrever...sem dor.
Mesmo assim não consigo parar.
Quantas vezes essa praça testemunhou suas promessas e minha necessidade de acreditar.
O banco está vazio agora...
Inclusive de mim.
Estou suspensa, como o vento.
Congelada pela surpresa.
Admirada por não ter conseguido te ensinar a amar.
Acredito agora que todas as vezes eu estive só nesse banco (mesmo quando estavas comigo).
Fazendo promessas solitárias e compromissos individuais.
Sinto que tentei (e muito e por nós dois), mas que falhei.
Falhei pela arrogância em acreditar que bastava eu querer, eu fazer, para sermos nós.
(Sandra Amaral Castilho)


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