A CASA BRANCA

Data 17/05/2010 16:36:37 | Tópico: Poemas -> Tristeza




Vejo muito para além de mim
vejo-me a mim e vejo-te a ti
com olhos de bom despertar
manhãs de bem dizer e bem-querer.

O sol refulge no céu uma canção
tão nossa como a primeira vez
em que nos encontramos almas
gémeas de tempos passados.

No ar andorinhas andam cá e lá
quem sabe a nos dizer presente
à magia das palavras que eu
guardei para ti neste momento.

Nunca nos encontramos sós
quer em sonho quer em realidade
que a ilusão parte de nossa
vontade mais apurada e distinta.

Há choros na casa grande
saudades dos que partiram antes
de nós deixando-nos órfãos
de nossas esperanças aqui sabidas.

À partida dolorosa resta-nos
a força de vontade para semear
o que nos puseram em mãos
num caminho que se quer honrado.

De linho e de róscido são as nossas
manhãs e tu estendes-me a mão
no segredo só nosso e que só a nós
é de direito como duas aves no céu.

Na casa grande toda pintada de
branco o choro é compulsivo
e a espera é uma ilusão que nós
criamos para nós próprios.

Jorge Humberto
16/05/10


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=133085