MONTANHA

Data 17/05/2010 20:44:44 | Tópico: Poemas

No cume estamos nós,
e subimos devagar
ao nosso encontro.

Não levamos bastão
nem cordas à cintura:
temos as mãos.

Cresce a altura
do que deixámos
até ao regresso,
e ondeia a verdura funda
do arvoredo espesso.

Aceitemos a vertigem
que nos mura:
o amor também é
resina chorada,
erosão calada,
rosa despida,
frias rajadas de outra vida
que, tenazes, ameaçam
mas não perpassam
as nossas mãos entrelaçadas.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=133115