Todo Rosto *

Data 18/05/2010 01:23:56 | Tópico: Poemas -> Surrealistas


Todo rosto
tem seu desvio.

Eu,
tenho o meu bigode
como destino atravessado
entre o respirar e o suspirar.

Todo rosto
tem seu desvio
confundindo o seguir a fio
e interditando as possíveis vias.

Eu,
tenho o meu bigode
a sambar no ritmo da saudade
içada pela boca dançarina.

Todo rosto
tem seu desafio
oculto nas entrelinhas dos olhos
voltados para o fosco silêncio.

Há também um fosso
escondendo na escadaria de dentes
a imperfeição do momento eterno.

* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.



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