Do vento disperso e da demora

Data 28/07/2007 14:56:28 | Tópico: Poemas

Do vento disperso e da demora, a saudade,
o espaço estrondoso e inacabado,
de um beijo no teu beijo, meu amado,
em rotas infindas de seiva e de saliva.

Do mar, o abraço e o sal de Maio,
a crestar as rosas dos teus braços
… o teu cheiro
O devir anunciado no teu toque,
no recorte de sombras,
no luar espelhado em luas de nevoeiro.

E o Julho exaltado e logo ferido
da impossibilidade da onda
espumar doce e branda o areal da tarde.

Da sereia suspensa na falésia
as palavras em redomas d’amnésia
e a cinestesia alvoraçada de cada verbo
retorcido no varal de um tempo não vivido.

No vento disperso, a presença e a demora!




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