Ciclos de Vida e Morte
Data 19/05/2010 23:08:24 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Caminho por entre um difuso brilho que me arrasta para longe Lá, onde só os corpos conhecem as vastas engrenagens Um jogo abstracto e multicolor A fome que está para além da dor Voltas que o mundo dá Voltagens em frente e atrás no tempo
Morri num dia só…
Enérgicos consortes meus que s’encaminham para um corpo celeste Volteei-me e revoltei-me num caminho íngreme Num mar de resíduos mortos Que maldizem a fonte de onde vim
Há um propósito num horizonte a nascente Terra à vista de um mar que se afundou nas areias movediças Há um desígnio de um sol a poente E um reflexo de luas prontas para nos seguir os passos
É esta vida de quase morte Que se aquietou num deserto crescente Um infindável ciclo de vida e morte
Vem comigo ver um ocaso, ocasionando todos os céus E todos os ente queridos Esgotei-me neste mar imenso Perdi-me por ti, mas encontrei-me nos caminhos que te seguiram
(Uma vista distante deste mar de areia que me prende a ti Eu quero mesmo ir para lá, ao encontro de um mundo, em todos os mundos que conheci)
Secaram todas as fontes Findaram todas as marés Maltrataram todos os sonhos que me edificaram num movimento inconstante Sombras submersas, reescrevem-se em arminhos pálidos Eclipsaram-se num momento uno em direcção ao mar
E agora que faço eu neste amaldiçoado posto Que me leva por todos os desertos de onde vim?
Por mim fico já aqui!
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