Em chamas de amor arde o meu peito

Data 20/05/2010 07:11:38 | Tópico: Sonetos

Este fogo de amor, em que alguma hora
Ardeo, por lenha, o coração magoado,
A cinzas reduzido, em pó tornado,
Por huma vez de todo lancei fora:

Que Medéa, que Cyrce encantadora
( Dizia eu no meu tranquillo estado )
Por mais laços que tenhão preparado,
Podem prender-me o coração já agora?

Mas, que valeo a solta liberdade,
Se só dos olhos teus hum brando jeito
Vence o mais alto imperio da vontade?

Só tu fazer podias tanto effeito;
Que a pezar da soberba, e da vaidade,
Em chamas de amorarde o meu peito.


Soneto tirado do livro de rimas do autor
João Xavier de Matos – do ano de 1783

Em 2010 tem 227 anos de vida o soneto
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