
NÃO ME DESCOSO JAMAIS
Data 20/05/2010 16:21:54 | Tópico: Poemas
|
<img src="http://i34.tinypic.com/2ponk0k.jpg" border="0" alt="Image and video hosting by TinyPic"></a>
NÃO ME DESCOSO JAMAIS
No canto sombrio, da noite esmagada Lufava o vento inóspito e desordeiro Irrompendo possante, nas folhas cunhadas Deste mundo atento à cor do dinheiro. Sempre sopra nas vielas da desgraça Os mil rostos deste tempo de linhaça.
Arrisco eu numa poesia, pressinto Nas cores da montanha a céu aberto Que este morto mundo é um labirinto Perdido nas densas vagas do deserto. São mares de areia, e as fortunas As arrancam sem escrúpulos das dunas.
É macabra esta sofreguidão acesa Que corrompe a dignidade e a falseia Ser a mula esfomeada sempre presa A dois míseros passos da aveia. Se atropelam, se impelem em cascata No desespero da ganância que os mata.
Serei igual aos diferentes Ou diferente dos iguais Trago cerrado nos dentes Este jardim de olivais As linhas com que me cozo Não as descoso ...jamais...
Regensburg 20-05-2010 Beija-flor
|
|