A vida morre lenta

Data 20/05/2010 20:38:49 | Tópico: Poemas -> Sociais


Sopram ventos sozinhos, serenos
do outro lado do tempo.
Calvas de tantas mínguas,
as crianças engordam o luto à vida,
os pássaros berram punhais de dor,
as mulheres espiam o lado avesso do amor
atrevidas de nudez no acaso do momento,
os homens morrem no oiro dos dias
num abraço breve das serpentes viris
que vinham do chão ladrilhado de medos,
onde os insectos comem as almas
que as valetas do tempo
guardam em silêncio.
... O encanto morre
sem pudor nenhum
na forma de uma rua aduaneira,
nas axilas de uma qualquer porta aberta
apenas para tecer um sonho,
um sono ou uma estrela
que saiba dançar o rodopio das loucuras.
A vida está a morrer
e ninguém quer crer!





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