MINHA CAIXA DE PANDORA

Data 20/05/2010 22:01:56 | Tópico: Poemas

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CAIXA DE PANDORA

Havia uma multidão à espera.
A chuva parou naquela hora
As nuvens crepitavam a primavera
Trazida nos braços da demora.
Naquela tarde e sem pára-quedas
Nascias ímpia do mar das trevas.

Seguimos o rio em campos pardos
Salpicando entre feno e milho
Rompendo os ventos bastardos
Que apertavam no tempo, o gatilho
Aferrolhámos em nós a leviandade
Mergulhando nos olhos da misticidade

Corremos pelos prados das pupilas
Ardentes dum azul inquietante
Tricotamos a nudez das camomilas
Numa teia intensa e apaixonante
Entraste nos olhos fogosos de quem te quer
Desse jeito tão perfeito, tão mulher.

No fundo a chuva não havia parado
E a multidão nunca esteve aqui
Contigo é primavera em todo o lado
E naquela tarde foste um livro de rubi.
Saíste do mar de trevas em demora
E hoje és em mim,
A caixa de Pandora.

Regensburg
20-05-2010
Beija-flor



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