À vida já nada cobro

Data 21/05/2010 15:22:08 | Tópico: Poemas -> Sombrios

À VIDA JÁ NADA COBRO

Em amarelo de trigo maduro
Se tornou meu chão verde da esperança
Do Céu vieram promessas de azul puro
Algumas ainda bem vivas na lembrança

No meu Sonho há liberdade
Volto sempre que quero à infância
A matar esta saudade...
Que trago em mim em abundância.

Já tudo é grão de poeira
Um terço de contas rezadas
Escoa-se a Vida, queira ou não queira
Varrida p'los ventos como folhas amareladas.
Sou passeante neste destino
De cansaços me perdi
E é nesta saudade sem tino
Que revivo tudo, nada esqueci.

Meus olhos são cor da terra
Dum verde que não a esquece
Quando um nevoeiro os cerra
Logo mais o Sol aparece.
Mas ainda assim sou afortunada
Tenho Stº António por meu padrinho
Sendo eu sua afilhada
Ele me deita a mão no caminho!

Deixo meu desespero rasgado
À vida já nada cobro
Sabe o destino, que p'rá aqui ter chegado
Entre alegria e tristeza me desdobro.




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