FUNERAL DA POETISA

Data 22/05/2010 19:50:20 | Tópico: Poemas

Enterro da poetisa

que se fez um pouco por dia

fez-se o final de ver uma Vida estarrecida

que se morreu de Amor um pouco por via,

que se faz enterrar nesta cova de nascimento

a morte eterna de uma Vida Severina.



A cova é grande

grande de se encovar

no solo sagrado...à morte...

a morte de uma Vida Eterna escondida.



O coração sangrado

sem sangue a ser extinguado

mirra sem forças na cova vital extinguida.



Renasce o Poeta emancipado!

sem dor... sem fado...sem cor...

mas clamor ao usar

a dor do Amor sepultado

em cálice menor do que sentiste em Vida.



Esperança em preto e branco

levanta a bandeira ao denunciar

o acalento ilusório

da utopia sangrada e reformulada

da Vida escarnecida.



Morre a poetisa do Amor

renasce a Poeta ressuscitada na dor

denunciando às fontes já de pura Flor

e a plantar sementes de clamor

por uma Vida melhor

que seja Severina

mas forte e imortal

gritando sozinha o amargor

dos Josés e Marias

que lutam pela cova

maior ainda em vida

na qual frutos e lavror

sustentem famílias

cuja terra seja suficiente

apaziguando a fome

mesmo que seja uma Vida...

anêmica e... Severina.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=133882