COTIDIANO

Data 23/05/2010 18:56:12 | Tópico: Poemas

Não sabia nada da vida
E caminhei como caminham as formigas
Descobrindo as trilhas verdadeiras
O cheiro da ambição me vinha às narinas
E eu confuso, não queria acreditar
Dei murros na mesa do bar
E tonto comigo mesmo tive delírios convulsivos
Não mais me pertencia
Fui então buscar outras estradas
As da amizade já não me bastavam
Cria muitas vezes no inimigo
Achando que era meu companheiro
Tomei vergonha na cara um dia
E fui trabalhar
Não recebia o que julgava merecer
Mas a fome falou sempre mais alto
Penso que tantas estradas, tantos tropeços, tantos nãos e senãos me tornaram um ser supremo
Mas ainda que as rugas me cubram o rosto pálido pela idade não julgo entender a vida
Nem que viva mais uns tantos anos saberei a resposta
Não quero ser feliz
Isso é utopia!


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