até ficar escuro demais para ser breve

Data 25/05/2010 00:05:23 | Tópico: Poemas

com muita calma
sequei o sabonete
desamasseia a pasta de dente
munida de um aspirador,
e um colar de pérolas
limpei os destroços
da discusão tola da noite anterior.
tenho cá pra mim
que voce entrou, me olhou
com o coração tão apertado
que mal cabia numa casca de nós
comecei à falar do meu trabalho,
e voce foi falando tudo que estava sentindo
a beleza do que dizia era tanta,
que distraía a atenção
tudo misturado com uma vontade de não sei...
a soma de nossos nomes juntos
foi saindo pela boca
suspirando pelos cantos,
sem sentido, sem lucidez
atropelando os móveis,
em reprises de nós dois.
vi voce cruzando a sala,
nem sei como pude
ainda estar de pé por dentro...
sua mão surgiu em meio aos meus ossos,
sem dar por mim,
beijei cada rasgo de dor
me equilibrnado em seus olhos,
até ficar escuro demais para ser breve...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=134259