FOSTE MEU RENASCER

Data 25/05/2010 20:25:40 | Tópico: Poemas

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FOSTE MEU RENASCER

Na penumbra soberba das trevas
Vermelhas passadeiras de ilusões
Estendiam-se incontidas as serras
Na cegueira cabal das percepções
Nem sequer me questionava sobre mim
Julgava ter nascido
Para morrer assim.

Não traçava planos, sonhando futuros
Buscava o nada, que sempre encontrei
Na renda dos dias, tão pobres tão escuros
Rasguei-me por dentro e assim me ganhei.
Bebia da vida o vinagre agreste
Até ao momento
Em que tu apareceste.

Meu barco virou,
Meu castelo ruiu
O mundo parou
Meu peito esvaiu.

Queria-te tanto, por dentro do esboço
Por fora do mundo onde me criei
Da tua goiaba, quis ser o caroço
Ser o mar da ilha que em ti encontrei.
Perfumei os campos pra te colher flores
E do arco-íris lhe roubei as cores.

Dei frescura impar ao sol do poente
Rolei-te no feno traçando-te o mapa
Verdejei os montes pra ti de presente
E ofereci-te a vida no toque da harpa
Nos rios de mofo pus força e vigor
Ao mar tenebroso, pujança e fulgor.

Por eras remotas em paixões destoantes
Senti nas mordaças o grito homicida
Colhi nas tristezas os poucos instantes
Matizes na ideia que tinha da vida.
Aprendi a amar contigo, meu pé de cidreira
Saciando a fome na luz do teu ser
Sobre ti derramei minha alma inteira
Plantada em teu peito no meu renascer.

Regensburg
25-03-2010
Beija-flor




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