Afago o tempo que passou com a mestria do escultor, dou asas à nostalgia com o ímpeto do falcão que ensina os filhotes a voar. Paro os ponteiros das horas que transporto nos botões da camisa desabotoada, peito aberto ás memórias que porfio.
Procuro o bilhete de ida em apeadeiro sem bilheteira, de um comboio rocinante abalado pelo vento dos moinhos que soprei. Não chega para me aquecer a faúlha que me chega das fogueiras que ateei, quisera embarcar sem medo em caravela enfunada pelo sopro da besta que nunca temi e que destilei em caldos rasos de lágrimas pelas artérias exangues em que me consumi , sempre em busca da estação seguinte e agora que quero voltar esmorece-me o voar de morcego que perdeu o radar.
Nunca serei poeta na terra que piso, nem versejador de cantigas de amigo, sou um nicho de comédia entre o que fui e o que quis ser. Não sei nunca se serei, não sei sequer se sou, mas sei que o render da guarda se aproxima, em marchar afinado por banda de bombos e guizos em bolandas por uma qualquer romaria minhota sem maestro nem lamiré, desafinada como sempre fui.
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