Em cada onda, uma gaivota branca

Data 29/07/2007 14:42:19 | Tópico: Poemas

Em todas as vagas, te bebo a boca,
na sede salgada do teu corpo.

Na recrudescência eloquente,
te absorvo e te mastigo e me quedo
no desabrigo das conchas rotas,
asfixiada ao ar que nos respira,
nos inala e nos transpira
da pele, a raiz da alma

… esta palavra, tatuada a quente,
esta palavra, saliva e mágoas…

Em cada onda, meu amado,
em cada massa d’agua
redemoinhada, que me circunda,
que me envolve,
que me acolhe,
que me abraça o perímetro da cintura,
sinto o pleno da tua mão
e nela, a ternura incandescida deste Verão.

Em cada onda, uma gaivota branca,
se eleva e se solta liberta, na fome alarve,
na dor da carne, em sintonia e sublevação.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=13440