NA ABOLIÇÃO, UMA CRÔNICA PRA JÚLIA

Data 25/05/2010 21:31:08 | Tópico: Crónicas

Ontem, fumante inveterado que sou, apesar das recomendações médicas, burlei à vigilância e fui comprar cigarros na rua da Abolição.
A Abolição é uma rua simplezinha, colada onde moro. Mas tem botequins honestos. Um deles de um amigo meu, que jamais me negaria o cigarro e uma talagada de boa caninha do norte, que ele lá tem para os amigos.
Fiquei algum tempo olhando a rua, enquanto bebericava e fumava, sem compromisso com a vida. Fiquei contando os meus dias nos dedos. O que fiz, o que deixei de fazer. Os amigos mortos, que são tantos. Já acho que estou fazendo plantão na terra. Quase todos meus amigos se foram. E a gente começa a ficar velho quando acha as filhas deles um tesão.
Foi assim que vi a linda Júlia, não faz muito. Uma menina linda, que leva o nome por uma ingrata homenagem a mim. Com seus vinte e poucos anos. Filha do meu compadre, o jornalista Walterson Sardenberg Sobrinho e de sua doce Maria Luísa. Nunca achei que esta menina pudesse sair tão linda. Devo a ela um poema. Que nunca fiz, mas devo fazê-lo, apaixonado, amanhã.

j.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=134409