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PESCADOR DE SONHOS

As colinas de podres, ruíram
Só Deus sabe meu lamento
Foram sonhos que existiram
Marcando a história e o tempo.
Tantos invernos na nudez
Duma vida enclausurada
Despontando em altivez
Na primavera ancorada.
Eram os imberbes ramos
Erguendo-se erectos de alento
Numa luta de troianos
Por um pedaço de vento.
Frutos nasceram na corte
Das flores, ficou a semente
Poseidon talvez sem norte
Nesta queda do tridente.
Levei sua morte a serio
Prostrada, de joelhos
A trivial queda do império
No estreito de Dardanelos.
E eu por aqui a vaguear
Pescando sonhos profanos
Tentando talvez agradar
Tanto a gregos
Como a troianos.

Regensburg
27-05-2010
Beija-flor