INDISSOLUTA CERTEZA

Data 30/05/2010 22:05:55 | Tópico: Poemas

INDISSOLUTA CERTEZA

Quisera ter a certeza das coisas…
Do valor inestimável da vida…
do certo e do incerto...
Dos desejos abafados no peito,
sem ter a certeza do outro…
Da razão do outro… do querer do outro.

Quisera fugir das coisas fugidias,
de tudo que sufoca a alma…
Agarrar-me a alguma coisa certa,
na medida certa, da certeza do incerto.
Quisera ser menos densa;
ser mais suave e tranquila…
Regozijar-me na mansidão do universo…
sem cautelas, sem medos.

Quisera ser presença, não ausência…
Quisera ser inteira,
não metade, da metade, da metade.
Quisera ser única, absoluta, indissoluta
Quisera ser inteira,
verdadeiramente inteira, sem meias verdades.

Quisera entender a ausência do outro,
que se perde na verdade da metade.
A metade não existe sem a outra parte;
naufraga com a incerteza do outro.
Quisera sublimar a única verdade:
que a certeza das coisas não existe.

Márcia de Mattos Sanches (13/05/2010)


A BUSCA

Busco o amor mais intenso: o prazer surge primeiro.
Busco o par perfeito: a imperfeição se faz presente…
Busco a vida a dois: a solidão insiste.

Recuso-me a ver o que há em volta…
Não me liberto das amarras, que o tempo provocou.
O medo de ser feliz embaça a visão
Cego-me diante da delicadeza da vida.

Rebelo-me contra o desconhecido…
Tento desamarrar as amarras
Seduzir a vida é minha meta,
porque ela também me seduz…

Agora brinco de felicidade…
Insisto na liberdade…
Enfrento a mim mesma.

Marcia de Mattos Sanches (07 de Fevereiro de 2008)




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