NÃO

Data 03/06/2010 11:42:48 | Tópico: Poemas

não querer saber do risco branco que rasga o céu desmaiado de azul,
como que ignorando um enorme pormenor.

sentar-se cogitando botões,de casaco puído
e lágrimas centrífugas, secas.

andar mecânico por entre a selva das aparências reluzentes,
como uma sombra metálica de árvores inexistentes.

arreganhar os dentes aguçados de raiva
aos pequenos cães passantes na viela.

lutar em vão contra memórias
distorcidas por pequenos olhos
sofridos de amor.

entregar-se à loucura,
fugir,desistir,morrer em todos os dias de sol
em humana e comovente cobardia.

valorizar diabos,
dar-lhes o domínio de uma vida inteira de inferno.

NÃO.



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