AMAR TAMBÉM MAGOA

Data 03/06/2010 22:04:05 | Tópico: Poemas

<img src="http://i44.tinypic.com/2ugp3tg.jpg" border="0" alt="Image and video hosting by TinyPic"></a>
AMAR TAMBÉM MAGOA

E a gota caiu
O vento soprou
Rugindo partiu
Ninguém mais o viu
Também não voltou.
E a gota rolava
Tão leve, dolente.
A mão tacteava
No vazio do nada
Já tarde o poente.
Partindo para sempre
Na bruma cerrada.
Cruzou o teu rosto
Morrendo na boca
E o poente já posto
Selou o desgosto
Duma esperança rota.
Já não há razão
E o grito se entorna
Nas linhas da mão
Nas pedras do chão
Ao som da bigorna.
Entoou no espanto
O tom eficaz
Quebrando o encanto
De tudo e de tanto
Que a vida nos traz
E murcham os dias
O riso se espalma
Na dor das quantias
Esgarçar de poesias
Que acordam a alma.
Percebemos no espaço
Na rédea do tempo
No cheiro a bagaço
A quebra do laço
Que nos ata o passo
Por fora e por dentro.
Outra gota não hesita
Ríspida, solta-se à toa
Rolando ciente, aflita
Provando pura e erudita
Que o amor
Também magoa.

Regensburg
03-06-2010
Beija-flor



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=135784