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Data 04/06/2010 08:22:41 | Tópico: Poemas
| Deslizo como quem corre Pelo impossível Em cada segundo de vida Um deslize, aquém saída
Por entre caminhos rudes No impossível me enleio Ora aqui ora acolá Um enleio ao Deus dará
No deslize quase sufoco Falta de ar agonia Num repente olho de frente Poço aberto água corrente
Deslizo como quem morre De morrer perdi a conta No nada que enche o rio Minha mortalha, meu frio
Enregelada por dentro Tapo o peito e não quero Não quero que tenhas penas Penas são grilhões, algemas
Que me escorregam dos braços Sacodem a alma e moem Penas são leves pedaços Que aos teus olhos me consomem
Antónia Ruivo
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