Portugal a todas as Cores e Nirvanas
Data 06/06/2010 18:43:56 | Tópico: Poemas
| Portugal, Portugal dou por ti num tabuleiro retalhado onde as ondas lançam dados de sal. ouve-se asfixiados respirares dos teus filhos anis enquanto rostos níveos embriagam-se sem os lábios nutríeis das anémonas-do-mar.
Densa entidade de cores e nirvanas, dos açudes lentos a gotejar eflúvios de úvulas, hormonas, lavandas marinhas fulgem majestosa com orgulho erecto das velas e bandeiras hasteadas em arco.
Pareces um caracol vencido, encalhado que perdeu a sua espiral gótica, o seu dédalo de nácar. Assombra-me a tua baixa-mar dói-me os tendões de te saber assim sentir-te assim, tão exausto, quase moribundo na orfandade calada dos confins do mundo.
ó mar, ó mar, esse mar que desfraldou a nossa casta desnuda onde esqueletos marinheiros dão à costa esboçam arabescos mosaicos azuis pintados à mão embutidos no betume com chagas de ametista.
Um quase indolente amarelo presumida pergaminho de fogo consumida apesar do acaso ainda prometer esperança, nas obscuras (es) quinas do salitre.
Portugal, Portugal a dentro ainda sou aquela que sempre te espera metade de mim trás teu verde no ventre a outra, vermelho - desventura.
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