Leituras 9 – Fogomaduro (Domingos da Mota)

Data 07/06/2010 16:07:58 | Tópico: Poemas

Bem sei que no próximo sábado apresentarei um livro de Domingos da Mota, mas um livro é um livro e uma amostragem é uma coisa distinta. Como este conjunto de leituras se baseia num espaço pré-definido, não só ao nível temporal, mas, também a este espaço que foi baptizado por Luso-Poemas, e porque assim o delineei, eis então o que penso sobre o que li deste autor.

Domingos da Mota configura aquilo que eu tenho como objecto de arte em poesia, isto numa visão pura e dura de arte. Visão essa que foi alterada aquando da descoberta de um outro autor, o qual será o décimo a ser focado nesta minhas anotações.

Este autor promove a ideia, mas atribuindo a esta um espaço formal, desenhando-o amiúde com o rigor que a tradição nos fez chegar, e, assim, expondo a ideia com a síntese que tal espaço obriga.

Direi que é o autor de uma poética de filigrana, de recorte depurado onde a beleza, objecto supremo de toda a arte, existe também e naturalmente como demandado e nos é entregue para a degustação.

Rico em imagem e metáfora, acrescenta um diálogo intertextual sem que o mesmo desvirtue a sua voz bem definida e autêntica, tal como ocorre com os mestres na arte culinária, este surge quanto baste para que, contaminando o texto de ecos, este não distorça, mas enriqueça.


Xavier Zarco


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