A razão das marés

Data 10/06/2010 21:31:04 | Tópico: Poemas


Sinto na tua boca o sal do desejo
Teus cabelos ondas de maresia
No movimento das marés eternas
Que perpetua a minha agonia

Umas doces, outras ainda turbulentas
Do meu infortúnio és a maré alta,
Maré baixa quando me inundas suave,
És todo o sentimento que me assalta.

És pena, és tormento, angustia e lamento,
És vento no deserto, acha de fogo lento.
És amor, és ternura, afago e candura,
És doce ilusão ancorada no meu sentimento

Quisera eu ser, ser só, sem mais nada
Quisera eu abarcar-te no meu cais
Deixar o musgo crescer no teu casco
Envelhecermos assim, os dois iguais.

Libertar-me da razão das marés,
Libertar-me enfim da razão
Sem outra razão de ser
Que não a maré da tua paixão




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