
Buteko dos errantes
Data 11/06/2010 16:48:36 | Tópico: Poemas -> Reflexão
|
Vago ao vento nas ventanias constantes Onde vejo voarem as flores e os desejos já distantes Pois só restaram as saudades do amor que tinhas antes Quando davas-me sorrisos que pareciam diamantes Hoje restam-me os sonhos de que tudo volta a ser como antes Onde as vidas eram calmas e o amores alucinantes Mas o tempo mudou tudo e hoje sou ti um mero amante Buscando por alguns momentos teu olhar que é distante E que corta-me o peito como um instrumento cortante Para cortarem-se os vidros como vija de diamante Onde não ficam arranhões só cortes dilacerantes Que retalham-me a alma e estilhaçam minha calma Com seus cortes tão constante, fazendo-me de mim Pedaços do homem de antes, que picado como guisado Vive de olhos encharcados pelas lembranças do passado Que não morre em meu semblante, e encharcam-me a alma Que no álcool procura a calma, no buteko dos errantes Onde choram abraçados, os bêbados apaixonados Pelo amor hoje distante, do qual compõem seus poemas Em papéis velhos amassados, e por lágrimas encharcados Dos prantos seus que caem, e a os quais depois de escreverem saem Cambaleando pelas ruas, cantando músicas tristes e relembrando as amadas suas
|
|