
TÃO PERTO DO FIM
Data 11/06/2010 20:43:32 | Tópico: Poemas
| <img src="http://i26.tinypic.com/347grxl.jpg"width=600 height=500 border="0" alt="Image and video hosting by TinyPic"></a> TÃO PERTO DO FIM
Deixa correr os desígnios, tempestades A rasgar no horizonte os fins insanos As flores selvagens nascem da saudade, E morrem nos pinhais dos verdes anos. Procuram passagem, furando cantigas Nos beijos da noite, das noites antigas.
No gume do espanto, resiste o herói Um génio da estrada, buscando firmeza Nos passos doridos da vida que dói Em montes aos montes de mera tristeza. São tantas nem sei, estradas de mim Te vendo à distância, tão perto do fim.
E caiem poemas dos braços despidos Da fome dos sonhos, o verde escolhi E a raiva se cala mordendo os sentidos No pudor de teus lábios, ardentes garridos No alto do alto, ao cimo de ti.
Os penhascos se erguem no céu de ametistas Usando o desejo à beira da dor Ficaram as perdas de minhas conquistas Como sombra breve que foi teu amor. Eu escrevi a lenda da fada encantada Que não teve o fado de a mim ser fadada.
Sabes-me o cansaço, o meu ponto fraco Contei-te meus sonhos, meus medos, meu querer Falámos aos copos em honra de Baco Bebedeiras frémitas, em dores de morrer. Ainda te vejo lá longe distante Tão perto do longe de seres triunfante.
Ainda te vejo no fundo do tempo Tão fundo e profundo no fundo de mim Tão grande e tão curto se fez o momento No tempo do tempo de chegar ao fim. Te afastas na brisa do vento que corre Partindo e matando o que em mim não morre.
Regensburg 11-06-2010 Beija-flor
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