momento

Data 12/06/2010 18:29:21 | Tópico: Poemas


Sinto-o
sendo uma tábua rugosa de carne
carne que comeu uma boca expelida de fogo
taciturno
a casa do vertiginoso abismo
a casa deste espaço gravítico
a respiração deste espaço trincado pelos dentes achados ao acaso
a anca canta em cima da tábua de carne
ouvem-se nervos brilhando contra as partes do corpo
da anca
a beleza é o tempo da mão na anca
já foi tempo da beleza na anca da mão
de que serve este fogo taciturno
comendo a boca da tábua
no segredo de aqui estar vertiginoso
no abismal do sacrifício quando espanca o pensamento





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=137011