Solidão

Data 13/06/2010 05:20:14 | Tópico: Poemas -> Introspecção

A solidão arrebatadora abriu a porta
O frio sem acolhidas resfria a parede torta
Encostar as mãos no desgosto ao chorar
Lagrimejam as cobertas a soluçar

O menino de rua sente o tempo arredio
A estuprada pelo padrasto tem medo
A velha Senhora maltratada pelo filho degredo
A morta vida pinga gotas de fel em fio

O vadio sentir é amor estraçalhado no desterro
O peito aberto à sangria ao ventilar o erro
Calar e sofrer, no abafado amanhecer
Beijar línguas imundas e arremeter

A profunda fuga entre runs e vinhedos
Cegam a imagem, os refúgios do entorpecer
Afagado isolamento de tormentas e folguedos


Edvard Munch, The Day After



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=137091