SONETO PASSADISTA

Data 13/06/2010 09:16:08 | Tópico: Poemas

venho aos tropeções lá do meu passado
as lembranças que trago são ruínas
restos do que deixei pelas esquinas
luz morta de um olhar despedaçado

trago no bolso o pavor do enforcado
mais um destino feito de mil sinas
duas navalhas com lâminas finas
nas minhas mãos os frutos do pecado

de mim mesmo nada tenho a oferecer
meu pouco de bom foi parar no no lixo
meu são francisco até fugiu do nicho

porque por mim nada tinha que fazer
hoje respiro apenas por capricho
ou - quem sabe? - por vergonha de morrer

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júlio

ps: com este soneto encerro um ciclo de publicações em luso-poemas. devo dedicar meu tempo
a outros afazeres, como o jornalismo por exemplo e o meu blogue http://currupiao.blogspot.com/
como diz a canção Um dia, de Caetano Veloso, "Eu não estou indo embora/Tô só preparando a hora de voltar."
até breve a todos.




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