
Dimensões V - Paz
Data 15/06/2010 16:02:02 | Tópico: Poemas
| Quero-me na tua paz Um sorriso mesmo que distante, desejo inadequado… Consentâneo com todos os olhares que esboçam uma face negra Oceânicos contornos de um rio, onde as águas se escondem E se lamentam do tempo
(De um tempo seu)
Sempre que este estado moribundo onde deponho o meu corpo, seja o meu lado obscuro… Serei em todos os corpos, doação perene de sentimentos vivos A cair em desgraça sobre a tua boca
Falas e eu calo Andas e eu paro Sorris e eu choro Cantas e eu blasfemo Dormes e eu finjo ter sono nos braços teus Sonhas e eu carrego os fardos de sonhos meus
Porque não vejo as estrelas quando tu vês o céu Porque durmo quando viajas sobre um mundo meu?
Seremos um…quando nos ouvirmos no banco dos réus E as águas nos lavarem os pés cansados das noites em que havia fagulhas no céu Afogo-me nesse leito onde deponho as armas Sempre que do meu sonho me levanto E te procuro nesse mar cansado onde descansas o teu
Quisera fazer do meu corpo a sonoridade do tempo Para no teu me encontrar quando a morte me vier visitar Pudera morrer de mãos postas no vento Amarrá-lo ao meu corpo e levar-te comigo Ser santidade num olhar que se perdeu
Quisera ser na tua boca, uma só noite em que sobre nós o inferno desceu Pudera castigar-me nos momentos em que fujo de ti Sem saber onde me perdi
Quisera fazer da sorte que me calhou, uma fogueira no meu corpo Quando da tua boca bebi E me fiz nascente e poente num sono meu Pudera molhar o meu corpo De doces lembranças nossas quando o rio se escondeu
Serei a paz que procuro… Sempre que no teu corpo encontrares o meu Serei a paz que mereço... Sempre que na tua boca me levares ao cabo do mundo
Serei sempre eu Quando de mim arrancar a arte de bem namorar um sonho que se perdeu
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