não senti um fim no aroma dos teus lábios

Data 15/06/2010 22:43:36 | Tópico: Poemas

eram galhos quebrados, os gemidos
eram árvores secas, os corpos
eram momentos de raízes alagadas de prazer
tu e eu, na longa distância das palavras que se tinham
em orgias audazes nas madrugadas inquietas

o tempo passa desalmado
enquanto o meu corpo faz-se pedra
com a marca das tuas mãos nos meus seios
e a tua boca na minha carne rubra
(ainda te tenho dentro de mim)

o fogo morreu com o sorriso da lua
mas a saudade cresce com o calor do sol,
com a ausência do rio que matava a sede do meu desejo

faz-te mar em mim no deserto do meu corpo
faz-te terra húmida no anseio dos meus lábios
e diz-me baixinho que não será a última vez
(não senti um fim no aroma dos teus lábios)



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