LIXO ESPACIAL

Data 17/06/2010 15:31:59 | Tópico: Prosas Poéticas


Esta doçura que tens na boca
Pode ser um bem, um mal
A coisa mais louca que me alivia
Um adereço de carnaval

Já sei de cor teu endereço
Fiz um sequestro em teu capital
A fé que eu tinha em deus
Virou uma tentação infernal
Tirei a tinta do teu texto
Coloquei um desenho no meu mural
Vi a morte em teu beijo cálido
E renasci no teu funeral
Tentei colher sem plantar
Encontrei pedras no quintal
Estas coroas de flores
Invejam a qualquer mortal
Fechei portas e janelas
Pela fresta entrou o vendaval
Amei-te como ninguém
Aqui, meu bem
É só o lixo espacial.



JOEL DE SÁ
SP, 17/06/2010.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=137619