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 Bolero N° 4Data 01/08/2007 20:14:44 | Tópico: Poemas
 
 |  | Eu não precisei falar nada, Se ao teu olhar deixei perdido meu tempo.
 E raparei que fiquei no meio da jornada,
 Reparei que fiquei até sem argumento...
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 Na tua ausência, me perdi nas palavras,
 Palavras que por vezes não tinham tradução,
 Uma palavra que rompe a pele e escalavra,
 E que argumenta desprazeres do coração...
 ~
 Você foi meu júbilo, mas atenuou!
 Fez-se revés, como um grito na garganta.
 Como uma fonte, que o desespero secou,
 Da saudade que nenhuma presença acalanta...
 ~
 Amar-te foi assim, como joio no trigo,
 Como uma praga...Dor...Sem amor...
 Transformou um coração mendigo, sem abrigo,
 A penar vazio, na sua fruta sem sabor...
 ~
 Um dia sem palavras, eu voltarei com o vento,
 Na presença de meu olhar cego e mudo, irá chorar.
 Mas não te lembrará de nenhum doce momento,
 Somente das lágrimas, de quem não pode mais chorar...
 ~
 E ai de ti, ai de mim...Ai de nós,
 Querermos nos comparar a um conto de fadas.
 Mas que final feliz?...Se nós terminamos sós...
 Sós como as palavras, e mais nada de nada...
 ~
 Pois lá se vão nossas quimeras, nossas utopias,
 Devaneios rechaçados pela realidade.
 Que nos deu um banho de água fria,
 Ao relatar que era falsa a nossa verdade...
 ~
 Eu não pisei em ti minha flor, foi o jardim que secou,
 Pois há muito tempo você já não floria...
 E meu coração preso, que por muito tempo lhe amou,
 Hoje é um escravo pedindo alforria...
 
 
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