GRACINHAS E POLITICA NO CAMPISMO
Data 22/06/2010 19:22:39 | Tópico: Textos -> Humor
| Quando eu era jovem, ainda o sou, mas menos do que nessa altura,...fazia parte de um grupo de campismo do Clube Recreativo de Sacavém e normalmente sempre que possível lá íamos nós de saco às costas fazer campismo.
Umas vezes organizado pela secção de campismo do Benfica, outras vezes organizado pelo Clube de Campismo de Lisboa, se bem me lembro é assim que se chama, e passávamos uns bons fins de semana, entre amigos e alguns casais com filhos.
Mas o campismo também servia para muita coisa de outra , não só para passar um bom fim de semana , mas para fazermos o ponto político anti Salazar.
Então lá íamos como quem não quer a coisa fazer campismo numa quinta ali para os lados de Vialonga, cujo proprietário sabia bem ao que íamos e aceitava, não se juntava a nós, mas sabíamos que ele era dos nossos.
Tínhamos os nossos responsáveis, homens que sofreram na prisão de Peniche, a última vez os já falecidos Oscar e o Francisco, depois das eleições de Humberto Delgado, apanharam 11 anos e outro 13 anos de cadeia.
Um dos responsáveis era também o já falecido escritor Mário Ventura Henriques, um amigo que me deixou saudades, aliás como o Xico e o Oscar, e um que ainda é vivo, felizmente.
Pois era aqui que eu queria chegar, a este nosso camarada Gilberto Ramos, pai de uma jornalista da RTP
Cada um para comer fazia o que podia. Umas vezes em pequenos grupos, fazia-se uma almoçarada, outros individualmente.
Num desses fins de semana, vi o Gilberto preparar uma posta de bacalhau e eu perguntei:
Gilberto que vais tu fazer com a posta de bacalhau?
-Uma punheta, respondeu ele.
Rimos a bom rir mas eis que uma rapariga, filha de um do componentes do grupo que rondava os seus 15 anos, que pergunta:
-Oh pai, o que é uma punheta?
O pai engoliu em seco, ficou, branco, amarelo, vermelho, até parecia um camaleão a mudar de cor
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