
AO FIM AO CABO
Data 22/06/2010 23:18:37 | Tópico: Poemas
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Dentro da noite que acende o pranto Me remendo a pontos largos de chuleio Aparelho as rédeas soltas em decanto Neste imenso em mim, que é quase tanto Como o nada que esperei, e nunca veio.
Revesti-me de talentos, me poli, Vaidoso, narcisista e convencido. Os trajes que me deste eu os vesti Eu os usei, E os rasguei Mas já não sei Quando os despi.
Quisera-te cingir, roubar o cabo Não fosse ao fim ao cabo este meu querer Ter-te em mim num corpo quente, abandonado Demorando em mim o tempo do pecado Que trago ancorado Desde o nascer.
E cresce em mim o pêndulo do acto Mudo de roupas e revisto-me de penas Me pinto de mil cores em abstracto Me escrevo a sangue vivo, me retrato Nos rostos encobertos dos poemas.
Me dou em prados, para que possas repousar Soltando o riso da ternura e do cansaço E pinto a primavera em teu olhar Faço da terra, o teu respiro o teu folgar E do meu lar O teu regaço.
Vem toda nua minha sina, minha amada Assim te espero neste manto de desejos Quero de ti a pele macia e acetinada Para cobri-la meu amor, vestida à beijos. Regensburg 23-06-2010 Beija-flor
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